Em outubro de 2025, a União Europeia vai votar o chamado Chat Control. Sob o pretexto do combate ao abuso infantil online, o regulamento obriga plataformas de mensagens e e-mail a inspecionar todas as comunicações, incluindo as encriptadas.
A reação é previsível: indignação pública, vídeos no YouTube, posts de “defesa da privacidade”. Mas tudo isto é teatro. A perceção popular está décadas atrasada. O que se discute como novidade já acontece há muito tempo, de forma invisível e sem hipótese de contestação.
O Chat Control não cria nada — apenas legaliza o que já estava operacional. A UE prepara o enquadramento político para dar uma aparência de transparência a mecanismos de vigilância que nunca deixaram de existir.
Enquanto os ingénuos se revoltam com a ideia de perder “privacidade digital”, a realidade é outra: a verdadeira violação não está nas mensagens. Está no cérebro. Tecnologias como Voice to Skull (V2K) e Remote Neural Monitoring (RNM) (Link) permitem leitura e manipulação mental em tempo real, anulando qualquer noção de pensamento privado.
Snowden (Link) expôs apenas aquilo que já estava obsoleto: cabos, servidores, metadados, programas como o PRISM. A elite deixou-o revelar sistemas descartáveis e guardou intacto o núcleo de poder — a engenharia invisível do cérebro humano.
É este o ponto: a discussão pública gira sempre em torno da camada morta da tecnologia. As pessoas debatem o que já não importa. Aquilo que é decisivo permanece oculto, protegido pela própria ignorância coletiva.
A histeria em torno do Chat Control não merece mais do que desprezo. Quem ainda acredita que o problema está em mensagens ou e-mails vive num atraso mental irrecuperável. O que já foi perdido não é a privacidade: é a autonomia mental.
Agosto 2025
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