A ideia de macumba, feitiçaria e poderes ocultos sempre acompanhou as sociedades mais frágeis, sobretudo em regiões onde a pobreza, a falta de educação e a superstição dominam o quotidiano. Em África, América do Sul e Ásia, os mesmos papéis repetem-se com nomes diferentes — curandeiros, xamãs, pajés, ngangas, dukun e muitas outras designações locais. A máscara cultural muda, mas a função é sempre a mesma: prender as populações a um medo constante de forças invisíveis.
O curandeiro promete curar doenças, afastar maldições, trazer riqueza ou castigar inimigos. O xamã afirma comunicar com espíritos. O pajé conduz rituais para controlar a natureza. O nganga invoca ancestrais. O dukun vende feitiços e soluções rápidas para todos os problemas. Mas por trás desta diversidade existe uma lógica simples: transformar a ignorância em poder e o desespero em lucro.
Estas práticas proliferam onde o Estado falha, onde não há hospitais, escolas ou justiça eficiente. O curandeiro surge como autoridade paralela, um guardião do invisível que todos respeitam por medo. O medo é a moeda de troca. E é precisamente nesse vazio — nessa vulnerabilidade — que entram forças maiores, explorando não só a fé popular como também manipulando psicologicamente as comunidades inteiras.
O que muitos acreditam ser “sobrenatural” é, na realidade, um teatro cuidadosamente montado para aprisionar mentalmente os mais pobres e manter sociedades inteiras submissas ao terror invisível.
Joaquim e Marta: A Procura pelo Curandeiro
Joaquim e Marta viviam numa cidade de província, onde a vida se resumia à luta diária pela sobrevivência. Ouvindo histórias que circulavam de boca em boca, acreditavam que existia um curandeiro famoso escondido no mato, capaz de transformar a sorte de qualquer pessoa. A fama dele era temida e respeitada: diziam que curava doenças incuráveis, que chamava a chuva, que enriquecia miseráveis, mas tudo tinha um preço.
Movidos pela ambição e pelo desespero, decidiram procurá-lo. O caminho era longo e hostil. Não havia estradas para carros; só trilhos estreitos de terra batida. Andaram quilómetros sob o calor abrasador, atravessaram riachos lamacentos, ouviram ao longe o rugido de animais e sentiram a tensão de cada passo dentro da mata fechada. O silêncio era cortado apenas pelo som dos seus próprios pés e pelo zumbido de insetos, como se o ambiente inteiro os estivesse a vigiar.
Depois de horas de caminhada, chegaram a uma clareira onde uma cabana de palha erguia-se solitária, rodeada de ossos de animais e símbolos pintados em troncos de árvores. Ali vivia o curandeiro, conhecido como Nganga Muvumbi, um homem velho, magro, com olhos fundos que pareciam atravessar a alma. Joaquim e Marta explicaram o motivo da visita: queriam riqueza, queriam abandonar a miséria, queriam viver como os poucos poderosos que conheciam.
O curandeiro ouviu em silêncio, abanando a cabeça, como se já soubesse o que iam pedir. Então falou com uma voz lenta e grave: para alcançar a riqueza não bastava apenas desejar; era necessário entregar algo em troca. A condição era clara e brutal: teriam de participar num ritual onde seria usada uma jibóia viva, sacrificar uma galinha e, acima de tudo, vender as próprias almas. A promessa soava tentadora e fatal — cinco anos de riqueza abundante, mas no fim, o “diabo” viria cobrar.
Mesmo com o aviso, Joaquim e Marta aceitaram sem hesitar. A ambição falou mais alto do que o medo.
O Ritual
A noite caiu densa sobre a clareira, como se o próprio céu tivesse fechado os olhos. Joaquim e Marta estavam diante de Nganga Muvumbi, que acendeu uma fogueira no centro do terreiro. As chamas projectavam sombras alongadas que dançavam nas árvores, como espectros a rodeá-los. O cheiro da terra molhada misturava-se com o fumo espesso, criando um ar pesado e sufocante.
O curandeiro começou a entoar cânticos graves numa língua antiga, batendo um cajado contra o chão. Do interior da cabana trouxe uma jibóia viva, enrolada num cesto de palha. Colocou-a ao lado do fogo e a serpente deslizou lentamente, o corpo espesso a roçar na areia, enquanto o casal recuava com receio. Nganga Muvumbi, porém, aproximou-se dela sem medo e passou a mão sobre as escamas, como quem acaricia um aliado.
Em seguida, trouxe um crânio humano enegrecido pelo tempo, que colocou diante de Joaquim e Marta. Ordenou-lhes que o beijassem, em sinal de entrega. Hesitantes, mas consumidos pela ambição, ambos tocaram com os lábios o osso frio, sentindo o gosto metálico que parecia sair da própria morte.
O ritual prosseguiu. O curandeiro degolou uma galinha negra, deixando o sangue escorrer para uma bacia de barro. Mandou que Joaquim expusesse o peito e Marta o ventre. Com esse sangue, pintou símbolos estranhos sobre a pele, enquanto murmurava palavras incompreensíveis. Depois, deu-lhes a beber um gole daquele líquido quente e viscoso, afirmando que era a “assinatura do pacto”. O casal engoliu, mesmo com náusea, como se já não tivesse volta atrás.
Foi então que Muvumbi revelou o que nunca lhes dissera antes: o pacto exigia mais do que tinham imaginado. Mandou que ambos se despíssem por completo e se deitassem sobre peles de cabra ensopadas em sangue. Ali, sob o olhar da jibóia e ao ritmo dos tambores, tiveram de unir-se sexualmente para selar a oferta das suas almas. O curandeiro dizia que a energia gerada naquele ato alimentaria os espíritos e consolidaria a troca: prazer efémero em troca de cinco anos de abundância.
Quando o silêncio regressou, Muvumbi levantou os braços para o céu e gritou que o pacto estava concluído. A serpente foi novamente colocada no cesto, o sangue espalhado pelo chão como marca eterna, e o crânio enterrado sob a fogueira ainda acesa. A atmosfera era pesada, quase insuportável, como se o ar tivesse sido contaminado por algo invisível.
Então, a promessa foi feita com palavras definitivas: “Cinco anos de riqueza, cinco anos de ouro e fartura. Mas ao fim desses cinco anos, as vossas almas serão ceifadas, e nada poderá salvar-vos.”
Joaquim e Marta olharam-se em silêncio. O medo ainda estava nos olhos, mas a ganância já tinha vencido. O pacto estava selado.
Os 5 Anos de Riqueza
O pacto começou a mostrar os seus efeitos quase de imediato. Joaquim e Marta, que até então viviam na pobreza, viram a sua sorte virar como se uma força invisível lhes tivesse aberto todas as portas. Primeiro foi Joaquim a ganhar uma pequena lotaria local, dinheiro suficiente para mudar de casa e comprar terras. Depois, inexplicavelmente, cada negócio em que metia as mãos dava lucro. O gado multiplicava-se, as colheitas prosperavam mesmo em épocas de seca e pessoas desconhecidas apareciam com propostas de investimento que pareciam cair do céu.
Marta, por sua vez, começou a ser tratada na cidade de província como mulher poderosa. Usava vestidos bordados com linhas douradas, correntes grossas de ouro ao pescoço e anéis em cada dedo. Gostava de exibir-se nos mercados, onde as outras mulheres a olhavam com inveja. O ouro tornou-se uma obsessão: taças, pulseiras, até talheres e copos na nova casa eram banhados a dourado. Quanto mais reluzia, mais parecia afastar-se da vida simples que tinham conhecido.
Com o tempo, o casal construiu uma mansão em pleno mato, decorada com colunas brilhantes e portões metálicos pintados em tom dourado. Recebiam visitantes, faziam festas com música e abundância de comida, e eram tratados como exemplos de sucesso. Joaquim comprou carros caros, todos com detalhes cromados que refletiam o sol como fogo líquido. Marta mandou vir tecidos finos de longe e contratou empregadas para cuidar da casa.
Os três filhos — Daniel, Samuel e Elias — cresceram nesse ambiente de abundância. Tinham tudo o que queriam: brinquedos caros, roupas novas, até uma pequena piscina construída na mansão. Os cães da família, Rex e Kito, guardavam a casa e eram tratados como parte da família. Tudo parecia perfeito, como se o pacto tivesse sido esquecido.
O povo falava: “eles venderam a alma”. Mas o casal sorria, fingindo não ouvir. O peso do ritual foi-se diluindo na memória, como se tivesse sido apenas uma noite estranha perdida no tempo. Estavam demasiado ocupados a desfrutar da riqueza, demasiado fascinados pelo brilho do ouro.
No entanto, por trás da abundância, um detalhe permanecia: sempre que se olhavam nos olhos, lembravam-se das palavras de Nganga Muvumbi. O prazo estava marcado — cinco anos. Ainda assim, a ganância abafava o medo. Preferiram viver como reis durante esse tempo, esquecendo que cada banquete, cada gargalhada e cada nova jóia era apenas um passo mais perto da cobrança final.
A Maldição Após os 5 Anos
O quinto ano chegou como uma sombra que se arrastava lentamente. No início foram pequenos sinais: noites mal dormidas, pressentimentos estranhos, ruídos que não sabiam de onde vinham. Depois, tudo começou a desmoronar.
O filho mais velho, Daniel, começou a ouvir vozes que ninguém mais ouvia. As vozes insultavam-no, riam-se dele, diziam-lhe que estava condenado. Durante as noites, ouvia passos pesados a atravessar o corredor, como se várias pessoas caminhassem à volta do seu quarto. Mas sempre que se levantava para ver, não estava ninguém. As vozes tornaram-se mais grotescas: sons distorcidos que ele acreditava serem de “demónios” — não porque soubesse como seriam, mas porque a própria imaginação associava aquilo ao que o cinema e Hollywood sempre mostraram como infernal.
Não tardou a começar a ver figuras espectrais, rostos de mortos que apareciam nos cantos escuros da casa. O terror consumiu-o por dentro até que, numa madrugada, foi encontrado pendurado numa corda no quarto. O silêncio do seu corpo balançando foi o primeiro golpe do pacto.
Pouco tempo depois, Samuel, o segundo filho, ao brincar no quintal, foi atacado por uma cobra mamba que parecia ter surgido do nada. A mordida foi rápida, fatal, e mesmo com a corrida desesperada ao hospital, o veneno venceu. O segundo filho estava perdido.
Elias, o mais novo, adoeceu subitamente. Febres altas, dores constantes e inchaço no corpo foram-se agravando até os rins começarem a falhar. Apesar das idas ao hospital e das tentativas desesperadas de tratamento, os médicos confirmaram a inevitável falência renal. Numa manhã gelada, o corpo de Elias cedeu, e o último filho partiu — levando consigo qualquer esperança de redenção.
O casal ficou em choque: eles nunca tinham oferecido a alma dos filhos no ritual. Tinham acreditado que o pacto só os atingiria a eles, jamais à descendência. Mas o preço cobrado foi maior do que imaginavam — os filhos tornaram-se as primeiras moedas de pagamento.
Enquanto isso, os cães Rex e Kito enlouqueciam todas as noites. Ladravam sem parar, como se algo invisível rondasse a mansão. No chão, pela manhã, apareciam pegadas de leão junto aos portões, mas nunca havia rasto do animal. O casal ouvia rugidos distantes, vozes de animais e gritos humanos que ecoavam no escuro. Até que, um a um, os cães morreram de forma súbita, como se o coração lhes tivesse rebentado.
Joaquim e Marta ficaram sozinhos no silêncio da casa dourada. Mas o silêncio era apenas ilusão: começaram eles próprios a ouvir vozes dentro das paredes, a ver sombras a deslizar nos corredores, a sentir presenças que se riam e os observavam. Figuras desenhavam-se nas paredes como se o próprio cimento estivesse vivo. O medo tomou conta deles.
Joaquim perdeu a sanidade. Passava pelas ruas a gritar que ele e Marta tinham feito um pacto com Nganga Muvumbi e que o prazo tinha chegado. Poucos acreditavam nele; alguns riam, outros afastavam-se em silêncio. Acabou internado num hospital psiquiátrico depois de ser encontrado nu, convencido de que demónios o perseguiam. Mas mesmo lá dentro, o tormento não cessou. Uma noite conseguiu escapar, correu pela cidade como um louco e subiu a uma torre de telecomunicações. Gritou que estava condenado e lançou-se de lá de cima. O corpo ficou estendido no chão e a multidão assistiu em choque, sem nunca esquecer aquela cena.
Marta, sozinha na mansão dourada, definhava. As vozes não a deixavam dormir, os sussurros de “demónios” acompanhavam cada passo. Andava sempre apressada, em sobressalto, como se fosse perseguida. Até que, numa noite, ao descer as escadas de saltos altos, atrapalhou-se e caiu. A queda foi fatal. Ficou imóvel no chão frio da casa, de olhos abertos, como se ainda escutasse as vozes que a atormentavam.
O pacto tinha sido cumprido. Os cinco anos de ouro tinham terminado, e a cobrança foi feita de forma brutal e implacável. A promessa de Nganga Muvumbi tornara-se realidade — mas de uma forma ainda mais cruel do que o casal imaginara.
A Revelação da Verdade
A tragédia de Joaquim, Marta, dos filhos e até dos cães não foi fruto de macumba, de espíritos ou de maldições. O que parecia sobrenatural era, na realidade, a aplicação de tecnologias invisíveis operadas por organizações de inteligência, usadas de forma estratégica para criar um teatro de terror. E não se trata de casos isolados: os Estados sabem da existência destes métodos, porque fazem parte de um sistema global de controlo, aplicado em diferentes regiões do mundo conforme os interesses de poder.
As vozes que Daniel ouvia — de pessoas, de mortos ou de “demónios” — eram resultado direto da tecnologia V2K (Voice to Skull), capaz de projetar sons e falas dentro da mente, imitando timbres humanos, gritos de animais ou murmúrios grotescos. A mente da vítima acredita que está a enlouquecer ou a ser assombrada, quando, na verdade, está a ser manipulada por frequências direcionadas.
As visões de sombras, figuras espectrais e a sensação constante de perseguição são efeitos de RNM (Remote Neural Monitoring), que permite mapear e interferir nos processos cerebrais, induzindo alucinações, medos e impulsos suicidas. O cérebro reage como se fosse real, mesmo quando nada existe diante dos olhos.
As doenças súbitas, como a falência dos rins de Elias, e as dores que consumiam os corpos, são sintomas clássicos da exposição prolongada a armas de energia dirigida (DEW) e armas de radiofrequência (RF). Estas tecnologias enfraquecem o organismo, alteram o sistema imunitário e provocam colapsos orgânicos sem deixar provas claras. Mais do que isso: conseguem induzir qualquer doença que o operador da organização de inteligência quiser, desde problemas crónicos até um ataque cardíaco súbito, moldando o destino das vítimas como se fosse obra de maldição.
E não afetam apenas humanos. Estas tecnologias também permitem manipular animais, atraindo-os ou afastando-os conforme o objetivo. Abelhas, moscas, cobras, gatos, corujas, morcegos e muitos outros podem ser conduzidos como peças num tabuleiro invisível, usados para assustar ou atacar. Qualquer animal nas redondezas pode ser direcionado para o local escolhido pelo operador, como se obedecesse a um comando silencioso. Foi assim que Samuel foi atacado por uma cobra mamba: o réptil foi guiado até ao quintal da mansão como parte da encenação — e para quem controla este sistema, isso não passa de “brincadeira”.
Tudo isto é orquestrado em conluio com figuras locais — curandeiros, xamãs, pajés, ngangas, dukun. Mas aqui está o detalhe mais perverso: nem esses curandeiros sabem que estão a servir de fachada tecnológica. Eles acreditam que invocam espíritos, que falam com ancestrais ou que manipulam forças místicas. Na verdade, estão a ser usados como instrumentos, alimentando a superstição enquanto as verdadeiras forças operam invisíveis.
O resultado é um controlo total: as comunidades acreditam que vivem cercadas de maldições e entidades, quando tudo não passa de um mecanismo de engenharia psicológica e eletrónica. O medo é fabricado, mantido e reciclado para garantir submissão. Aconselho a ler o artigo onde explico em detalhe as tecnologias V2K e RNM (Link).
Objetivo do Controlo
A utilização destas tecnologias não é aleatória. O efeito calculado é a criação de mitos e lendas locais, fabricados em cima do medo das populações. Quando alguém enlouquece, adoece ou morre em circunstâncias estranhas, rapidamente surge a narrativa de que foi vítima de feitiçaria ou de espíritos. Essa explicação é aceite porque já está enraizada na cultura.
O medo torna-se um instrumento de dominação. As pessoas acreditam que estão cercadas por forças sobrenaturais contra as quais nada podem fazer. Desistem de questionar, de procurar respostas ou de enfrentar o sistema. Ficam paralisadas.
As populações são mantidas como gado preso na superstição, moldadas por histórias de terror repetidas de geração em geração. O que devia ser visto como engenharia tecnológica é contado como “macumba”. O que devia ser identificado como manipulação eletrónica é vivido como “maldição”. A ignorância garante submissão total.
Conclusão
Macumba não existe. O que existe é um arsenal invisível de armas psicológicas e eletrónicas, operado por organizações de inteligência à escala global.
O verdadeiro feitiço é tecnológico, militar e psicológico. A magia é apenas a cortina; a engenharia é a realidade. Tudo funciona através de frequências — sons, sinais e ondas que não se veem nem se ouvem, mas que conseguem manipular mentes, corpos e até animais.
Curandeiros, xamãs e afins funcionam como agentes indiretos do controlo global, sem sequer saberem disso. Servem de fachada para um sistema invisível que alimenta o medo e perpetua a escravidão mental.
Agosto 2025
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